Você é o mais improvável das minhas escolhas. Mas ao mesmo tempo se torna a única probabilidade que meu coração deseja...
Luana Portilho
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Sem escatologia
A quem irei chorar aos medos quando este vier a se estabelecer ? O desamparo existencial nos condena da própria vida que nos chega pela força do tempo. Há sempre um movimento de mãos invisíveis realizando o gesto da proteção. A vida não costuma poupar suas crias. Porém joga ao relento o filho que antes era aconchegado em seus braços. O tempo tem me ensinado. A secura retira o mando que nos outorgava o conforto. Estranho. A vida rasga aos poucos a certidão que nos identifica no mundo, ou a vida, o quem nos colocou aqui.
Estou mais consciente da despedida. Sinto que estou me desprendendo da mão que me conduz, ou que nunca de fato conduziu. É como se o cordão da sustentação começasse a sofrer de fragilidade, deixando a vista suas estruturas e seus pontos rompidos. Não sei dar nome ao vínculo, na verdade nunca soube. Apenas me interpreto como cria de um ventre universal, qualquer conceito que nos reporte ao que é comum a todos.
Ele era como um retirante em dias de seca caústica. Trazia na alma uma orfandade incurável e conhecia de cor as histórias que me contava nos breus do mundo, sobre a origem das estrelas. Eu era a sua parte exilada. Filha deixada no ermo dos pastos, degredo vivido sob a vigilância de paredes tristes, amigos das palavras que o chão seco pronunciam. Quando no desassossego da saudade tortuosa a ausência me fazia desejar o desnascer, eu buscava reencontrar minha origem na desordem das lembranças que sobre a alma ficaram polvilhadas. Ele estava sempre seco. Seco feito os dedos longos de minha mãe tristonha. Com ela eu aprendia. Sede de amor também resseca a garganta. Deixa rugoso o caminho pelo qual o grito deveria escorregar.
Desde a sua última partida fiz remendo na porta trincada. O remedo causou estranheza em alguns. Gritei por dentro. E nada disse para explicar, ele já sabia. Trinquei a alma na medida exata na fresta da madeira. A trinca que existia fora, agora é por dentro. Agora é através Dele que de vez em quando eu ponho a atenção no movimento da estrada, na ânsia de nela reconhecer a chegada de um homem coberto de amores gritar o meu nome. É desse homem que sou desdobramento. O homem que o vento leva com facilidade, a poeira devolve com demora, ou não aquilo que nos foi perdido. E a alma pede sempre, por este Amor maior. Cordeiro que nos fez filhos sob os pedidos as causas das orfandades, a Ele presto meu reconhecimento e amor, imolado, sem pecados ou rugas. É Ele que tem feito todo sentido daquilo que não mais existia.
Estou mais consciente da despedida. Sinto que estou me desprendendo da mão que me conduz, ou que nunca de fato conduziu. É como se o cordão da sustentação começasse a sofrer de fragilidade, deixando a vista suas estruturas e seus pontos rompidos. Não sei dar nome ao vínculo, na verdade nunca soube. Apenas me interpreto como cria de um ventre universal, qualquer conceito que nos reporte ao que é comum a todos.
Ele era como um retirante em dias de seca caústica. Trazia na alma uma orfandade incurável e conhecia de cor as histórias que me contava nos breus do mundo, sobre a origem das estrelas. Eu era a sua parte exilada. Filha deixada no ermo dos pastos, degredo vivido sob a vigilância de paredes tristes, amigos das palavras que o chão seco pronunciam. Quando no desassossego da saudade tortuosa a ausência me fazia desejar o desnascer, eu buscava reencontrar minha origem na desordem das lembranças que sobre a alma ficaram polvilhadas. Ele estava sempre seco. Seco feito os dedos longos de minha mãe tristonha. Com ela eu aprendia. Sede de amor também resseca a garganta. Deixa rugoso o caminho pelo qual o grito deveria escorregar.
Desde a sua última partida fiz remendo na porta trincada. O remedo causou estranheza em alguns. Gritei por dentro. E nada disse para explicar, ele já sabia. Trinquei a alma na medida exata na fresta da madeira. A trinca que existia fora, agora é por dentro. Agora é através Dele que de vez em quando eu ponho a atenção no movimento da estrada, na ânsia de nela reconhecer a chegada de um homem coberto de amores gritar o meu nome. É desse homem que sou desdobramento. O homem que o vento leva com facilidade, a poeira devolve com demora, ou não aquilo que nos foi perdido. E a alma pede sempre, por este Amor maior. Cordeiro que nos fez filhos sob os pedidos as causas das orfandades, a Ele presto meu reconhecimento e amor, imolado, sem pecados ou rugas. É Ele que tem feito todo sentido daquilo que não mais existia.
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