domingo, 18 de janeiro de 2015

18/01/2015


Seus passos romperam o silêncio da madrugada.
Quando a porta se abriu pude ver seu resplandente rosto a receber delicada moldura de luz.
E então Ele surgiu.
Olhou-me como se desejasse reconduzir-me ao início de tudo
e num sussurro pronunciou: "Eu sou a montanha onde podes encontrar abrigo;
eu sou teu distante deserto e sua altaneira montanha. Deixa tua alma cansada voar até mim.
Eu te consolarei, te pegarei nos braços e falarei de paz a tua alma. Estou sempre contigo."
Depois fechou a porta e se foi.
A oração da fala soou com leveza paterna a pele frágil de minha insuficiência humana.
Naquela hora, um só pensamento me ocorreu: A certeza de que nunca estive só.
Luana Portilho